Dia das Mães | Mãe e filha compartilham os desafios de estudarem juntas na Universidade
Lívia e Ana Luíza estão no primeiro período do curso de Farmácia na Uniube, em Uberaba
Ser aprovada no vestibular é sempre motivo de orgulho. Quando a lista de calouros inclui uma história incomum, com duas pessoas da mesma família, a alegria é ainda maior. E quando essas duas pessoas são mãe e filha, enfrentando os obstáculos de um novo curso, é uma celebração única e a certeza de que ali será o início de uma história cheia de desafios e muito amor. Nos bancos do primeiro período do curso de Farmácia, no Campus Aeroporto da Uniube, Lívia Fogaça, de 43 anos, mãe de Ana Luiza Fogaça, de 18 anos, celebram a alegria e os desafios de estudarem juntas, o mesmo curso e na mesma sala.
Formada em Direito, Administração e Letras, Lívia decidiu encarar mais um desafio de uma nova graduação, como forma de apoiar e incentivar a filha, Ana Luíza, nos estudos de uma Universidade. Essa é a primeira graduação de Ana Luiza, recém-saída do Ensino Médio, que sempre teve o sonho de fazer algum curso na área da saúde.
Ana Luíza tem o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) desde a infância, o que dificultou seu processo de aprendizagem ainda quando criança. A estudante conta que ter o apoio da mãe durante os estudos sempre foi um privilégio, já que a mãe sempre auxiliou na aprendizagem dentro de casa. "Minha mãe me auxilia nos estudos desde criança. Ter ela comigo durante a graduação também é um privilégio para mim. Nós somos muito amigas e parceiras, tanto é que dentro da sala de aula, as pessoas acham que nós somos irmãs. Ela sempre esteve ao meu lado, me incentivando e torcendo por mim. E agora, essa torcida está ainda mais próxima, já que posso dividir com ela todos os desafios da primeira faculdade", conta.
O que motivou Lívia a encarar uma nova graduação foi, sem dúvida, a filha. O que a advogada não esperava era que estar dentro do curso de Farmácia, também despertaria uma paixão pela profissão e que era a filha quem mais a auxiliaria dentro da sala de aula.
"Quando houve a possibilidade de eu entrar no curso e estudar com a Ana, pensei 'essa é minha chance de apoiar minha filha a não desistir dos seus sonhos'. Aqui, é ela quem mais me ajuda. Nós estudamos juntas, participamos de monitorias, fazemos os trabalhos e provas juntas e está sendo muito legal viver esse momento ao lado da minha filha", conta.
O relacionamento de Lívia e de Ana é visto por muitas pessoas como incomum, já que muitos jovens, quando adolescentes, acham que sair com a mãe pode ser 'vergonhoso'. "A mãe cuida do filho a vida inteira e quando chega na Universidade, a maioria dos jovens quer os pais longe nesse momento, né?! E com a Ana é diferente, ela me quer por perto. Viver esse momento junto com minha filha é extremamente especial pra mim. Eu vejo que ela se supera diariamente, vejo ela desabrochar e se desenvolver como pessoa e profissional. É motivo de muito orgulho acompanhar ela nesse momento", desabafa Lívia.
Para a Ana, ter a mãe como colega de turma é viver o Dia das Mães todos os dias e ter com quem contar. Uma parceria que nunca será quebrada e que está entre os planos e projetos futuros também. Mesmo sem saber quais áreas vão seguir, depois de formadas, mãe e filha sabem que querem crescer profissionalmente juntas e estar uma ao lado da outra até o fim.
"Eu não sei qual área vou seguir ainda, já que são muitas as possibilidades dentro da área da Farmácia, mas sei que tenho com quem contar durante todo esse período e processo de aprendizagem. Minha mãe me inspira e é, sem dúvida, a minha maior companheira dentro e fora da sala de aula. Viver esse momento com ela é leve, já que dividimos o fardo e compartilhamos, juntas, muitas primeiras experiências. Ela é uma das pessoas mais humanas e estudiosas que eu conheço e isso me motiva muito. Se eu conseguir, um dia, ser metade de tudo o que ela é, eu sei que ali eu terei vencido", compartilha Ana Luíza.
Para outras mães que tenham medo de começar algo novo, Lívia deixa um incentivo: "Nunca é tarde para estudar ou começar algo novo. Acompanhar os filhos é um privilégio. Depois que eles crescem, nós, enquanto mães, temos que cuidar da gente também. Se você se ocupou a vida inteira com os filhos, procure se ocupar com você também. E se tiver oportunidade, compartilhe momentos e crie memórias com os seus filhos. Não existe vitória sem luta e não existem filhos encorajados sem uma mãe', incentiva."
Barbara Lemes